Como você gerencia suas emoções? Pergunta difícil… Vamos começar do princípio…
A emoção é um estado mental e fisiológico que está ligado a uma variedade de sentimentos, pensamentos e maneiras de agir. Por exemplo, uma emoção se manifesta de maneira subjetiva por meio dos afetos. Ela também pode se expressar pelas vias fisiológicas, que são o suor excessivo, as pupilas dilatadas e o batimento cardíaco acelerado.
Ela traz também traz modificações comportamentais. É o caso da mudança de voz, na postura e nos movimentos. Sem falar das expressões faciais.
Depois dessa explicação, me conta… como você gerencia o que sente? Por exemplo: você sente um arranhar na garganta toda vez que precisa falar algo para um pessoa querida? Você treme toda vez que precisa se posicionar com seu chefe ou parceiro de negócio?
Entender as emoções faz com que possamos nos sentir verdadeiras e assim nos expressarmos com mais genuinidade.
O Brasil está entre os países que mais empreendem no mundo. Uma pesquisa da Global Entrepreneurship Monitor – GEM, em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – SEBRAE, apurou que a cada 100 brasileiros adultos 20 estavam envolvidos com atividades empreendedoras em 2016.
Todas nós, sejamos empreendedoras ou não, não fomos treinadas para nos permitir sentir. O sexo feminino foi criado para se reprimir diante de muitas situações e os homens também em algumas delas, mas confesso que depois de muito estudo e autoconhecimento, tenho a clareza de como nós mulheres fomos criadas para não expressarmos nossos sentimentos.
Já conheci pessoas que guardavam seus sentimentos e depois começaram a ter doenças no corpo e na mente e não sabiam de onde estavam vindo. Lembre-se que corpo, mente e alma estão conectados, quando negamos uma parte, ela se reflete em outra.
Autoconhecimento é um caminho muito profundo, pode ser dolorido e o seu resultado é maravilhoso. Sim, quando internalizamos e conseguimos entender o que sentimos, temos mais clareza do que gostaríamos de fazer com aquilo, de saber o que podemos fazer para evitar uma situação desgastante, para evitar pessoas com energias menos fluídas e ainda mais para buscar estar perto de quem nos faz bem e de momentos que nos fazem felizes.
Fatores Emocionais
Os fatores emocionais interferem e muito no mundo dos negócios. Quando iniciamos uma carreira no empreendedorismo, precisamos entender que nossas emoções podem afetar ou ajudar nas decisões que tomamos para nossa empresa.
Você simplesmente aceita tudo que lhe é imposto? Você chora escondida? Você um nó na garganta por não conseguir colocar o que sente para fora? Quero dizer que você não está sozinha.
A inteligência emocional é um processo que primeiro é preciso se permitir conhecê-lo para poder viver a cada dia.
Na pesquisa GEM 2017, no que diz respeito às habilidades, conhecimentos e experiências para a abertura de um empreendimento, o brasileiro se mantém “autoindulgente”, ou seja, para 55,6%, eles próprios reúnem plenas condições cognitivas e operacionais para se aventurarem em uma empreitada empreendedora. No entanto, não basta ter tino comercial, habilidade de gestão, visão empreendedora, liderança nata ou dinheiro sem inteligência emocional.
Eu já passei por isso, achava que mesmo em um dia ruim, eu poderia simplesmente deixar de lado e seguir. Mas não é bem assim, aprendi com anos empreendendo que preciso cuidar da minha saúde emocional, que não posso desempenhar todos os papéis dentro o negócio de forma completa quando não estou bem comigo.
Gerindo as emoções
Quando não controlamos nossas emoções, ficamos a mercê de doenças como ansiedade, depressão, síndrome de Burnout, entre outras. Todas são decorrência da alta cobrança, do impulsionamento de atividades por não darmos a devida atenção para nossas emoções.
A falta de equilíbrio nas emoções nos leva a agir impulsivamente e a não pensarmos nas consequências de nossos atos como empreendedora.
Doenças emocionais
Existem muitas doenças que têm como causa os fatores emocionais. As mais conhecidas no mundo empreendedor são: ansiedade, estresse, dores de cabeça, retenção de líquidos e tendinite.
- Ansiedade: segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5), o sentimento de ansiedade é a antecipação de alguma ameaça futura. Ela está muito associada ao medo e gera sensações de tensão. Questões, como a forma de lidar com a família, amigos, trabalho, tarefas de casa e organização de tempo influenciam na maneira em que vivenciamos os medos e a ansiedade. Além disso, o imediatismo, o excesso de tarefas acumuladas e as cobranças constantes por parte de familiares, colegas de trabalho e supervisores pode, sim, impactar na maneira em que a ansiedade se manifesta.
- Estresse: é uma resposta física do nosso organismo a um estímulo. Quando estressado, o corpo pensa que está sob ataque e muda para o modo “lutar ou fugir”, liberando uma mistura complexa de hormônios e substâncias químicas como adrenalina, cortisol e norepinefrina para preparar o corpo para a ação física. Essas respostas automáticas do nosso organismo foi desenvolvida em nossos antepassados como uma forma de protegê-los de predadores e outras ameaças. Diante do perigo, nosso corpo entra em ação;
- Dores de Cabeça: segundo o Dr. Drauzio Varella essas dores podem ocorrer em pessoas de todas as idades, desde o nascimento até a velhice. Essa queixa também comum na infância, pode estar relacionada com um distúrbio físico, emocional ou psicológico, ou ainda ser efeito colateral de algum medicamento;
- Retenção de líquidos: desequilíbrios nesses mecanismos, tais como variações de pressão sanguínea regional, quantidade de proteínas no sangue, quantidade de sais disponíveis no corpo, ação da força da gravidade, sedentarismo, entre outros fatores, podem favorecer o aparecimento da retenção;
- Tendinite: segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma a cada 100 pessoas sofre com a dolorosa tendinite. Como o corpo humano tem mais de 4 mil tendões — e a tendinite é a inflamação de algum deles —, fica fácil entender porque os números são tão altos. Ela pode acometer qualquer pessoa. Mas as maiores vítimas são as que não fortalecem os músculos, deixam o alongamento de lado e adotam uma postura inadequada ao longo do dia.
A escritora americana Louise Hay, uma referência sobre doenças e causas emocionais, se curou de um câncer sem a ajuda da medicina convencional e criou o método “Você pode curar a sua vida”. Depois de anos e anos de estudos, ela listou as principais causas emocionais de algumas doenças. Confira a lista completa aqui.
O que fazer?
Para buscar a inteligência emocional, é preciso autoconhecimento. Conhecer a si mesma e ter empatia com você irá te ajudar a entender o seu próprio perfil, compreender suas competências, habilidades e também limitações porque assim fica mais leve para as atividades do dia a dia no seu negócio.
Pilares da Inteligência Emocional
Segundo Daniel Goleman, jornalista científico e autor do livro existem cinco pilares da Inteligência Emocional, que acho interessante compartilhar com você aqui, empreendedora:
1- Conheça suas emoções: usa o autoconhecimento, analise suas emoções, busque entender o que sente e como reage em determinadas situações. Se possível tenha um caderno e anote seus sentimentos e ações;
2- Controle as emoções: busque equilibrar e não pensar logo de cara no resultado negativo. Seja otimista com você, com suas necessidades e vontades. Não esqueça que tudo tem saída, basta saber procurar. Mantenha a calma para que sua ansiedade não tome conta de você;
3- Empatia: se coloque no lugar do outro, busque entender o que a pessoa do outro lado sente, pensa, se comporta e busque clareza de como algumas situações podem ser evitadas quando canalizamos as emoções;
4- Automotive-se: pense antes de tomar qualquer decisão, se preciso anote os pontos a favor daquela atitude. Nosso consciente analisa o que sentimos para depois decidir o que fazer, já o nosso subconsciente reage com gatilhos emocionais expressando sentimentos momentâneos, e isso pode gerar arrependimentos. Quando você se motiva e confia em você mesma, você está no caminho do alinhamento, onde todos os pontos são analisados para que seu objetivo seja atingido;
5- Relacione interpessoalmente: busque ter boas relações, coloque a empatia em prática. Aqui você cria um ambiente positivo a sua volta e melhor a sua qualidade de vida e das pessoas ao seu redor.
O poder da escuta
Você sabe que ouvir e escutar são duas ações diferentes, certo? Vou te explicar mais. Quando ouvimos não prestamos atenção profundamente no que é dito, ouvimos vários sons que são produzidos ao nosso redor.
Quando escutamos, dirigimos nossa atenção exclusiva a algum som ou mensagem. Nesse momento todos os sentidos se encontram e focam no que você está recebendo, a fala de outra pessoa.
Para aprender a escutar você precisa dominar a si mesma e colocar atenção, compreensão e foco na mensagem que o outro está transmitindo. O diálogo exige uma atitude silenciosa, na qual se escuta atentamente. O escritor e orador J. Krishnamurti afirmava que “Escutar é um ato de silêncio”. Por isso, enquanto não calarmos nosso diálogo interno e prestarmos atenção ao nosso interlocutor, não aprenderemos a escutar.
Como a escuta está relacionada a Comunicação Não-violenta?
Esse é um livro famoso no mundo todo do psicólogo Marshall Rosenberg que explica a forma que devemos nos expressar nas habilidades de linguagem e comunicação.
São quatro fatores primordiais: observar, sentir, necessitar e pedir. Primeiro você deve praticar a observação sem julgar ou avaliar outra pessoa, depois identificar o sentimento que gera em você – praticando a inteligência emocional e a empatia com o outro para entender quais são as necessidades e desejos ligadas a isso para enfim fazer um pedido conforme a mensagem que lhe é transmitida.
Veja esse vídeo para entender mais do que falo.
Inteligência Emocional e os negócios
Enfim empreendedora, você precisa se autoconhecer para determinar as reações e emoções que irá ter em diversas situações. Preste atenção em você, na comunicação que tem com as pessoas ao seu redor.
Lembre-se que você deve ouvir, falar e silenciar. Não tente apressar as coisas, isso pode atrapalhar seu sucesso.
Isso vale tanto para você, consigo mesma como para as pessoas ao seu redor. Lado pessoal está ligado ao seu lado profissional, por isso tudo que sente é determinante para o seu empreender.
Como você se sente nos últimos tempos? Está sendo fiel ao que faz sentido para sua vida? Você vem se permitindo ser você mesma? Desenvolva a sua inteligência emocional para que você seja genuína com seus valores!