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O limite entre a frustração e o verdadeiro fluxo da vida nos negócios

Quem nunca se viu na expectativa de receber a resposta daquela mensagem que enviou no dia anterior? Ou até mesmo de como será o encontro que você marcou naquela noite de sábado? 

 Depois que o momento acontecia, na grande maioria da vezes, batia aquele velho e conhecido sentimento… a frustração. “Não foi como eu esperava”!

 Hoje quero falar sobre como é quando colocamos nossas expectativas em situações e/ou pessoas e as coisas não vão como gostaríamos, como administrar essa sensação? Como fazer passar pois no fundo é isso que a gente sente que precisa

 A grande inspiração pra essa texto foi a seguinte frase de Sócrates li hoje:

“Faça o que achar melhor, desde venha a se arrepender um dia”. 

Uma decisão diz muito sobre você e o seu momento, e este momento não definirá quem você é pelo resto da vida. Temos de nos permitir olhar para os nossos paradigmas, crenças limitantes e o que mais nos segura nessa sensação de frustração e de criá-las de uma forma tão natural. Vamos espiá-los?  

Quebra de paradigmas

 Criar expectativas nada mais é do que querer moldar uma situação ou pessoa conforme aquilo que você acredita ser o ideal, sem levar em consideração todos os outros fatores que não dependem de você – ou seja, nada além do seu pensamento.

 Isso vem de uma vontade quase que imperceptível de ter controle da situação, e principalmente de nutrir a ilusão de que há a possibilidade de ter algum tipo de controle sob outras pessoas.

Comecei a questionar meus próprios paradigmas já que me vi nessa situação não uma nem duas vezes, quase uma vida toda. Havia dentro de mim um acúmulo de frustração, de expectativas não alcançadas. Decidi ser honesta e olhar de frente para esses sentimentos e transformá-los. 

Junto da frustração, é claro que também há uma grande ‘porção’ de aprendizado, mas ainda assim, os meus valores só começaram a se transformar depois de compreender o conceito da impermanência.

Tudo é transitório, assim como nossas decisões. Podemos e devemos mudar de opinião, como nos aconselha o sábio filósofo Sócrates.

A experiência da impermanência nos convida a decidir com desapego já que temos que abrir mão do que não foi escolhido e saber lidar com essa situação. As coisas mudam… a gente pensa de um jeito hoje e amanhã não pensa mais. Estuda para trabalhar com uma coisa e depois decide por outra. Tem filhos e um dia eles vão viver a vida longe. Jura que nunca mais vai fazer, e quando menos espera, se vê fazendo o que não ‘era pra fazer’.

A barreira de romper o paradigma vem aí: tá tudo bem. Tudo não passa de um processo.

O mais fácil, muitas vezes, é o que transformamos no mais complexo dos paradigmas. 

O processo da impermanência 

Quando passei 10 dias em silêncio, em um retiro, meditando por 100h, pude encontrar várias versões de mim que não conhecia. Pude ver meu corpo sentindo muito incômodo pela posição e depois não sentir nada. Pude olhar para todos os desafios que já vivi em minha vida e observar que eles já se foram, sempre dando espaço para o novo. E logo este, já se torna velho outra vez. 

E assim é o fluxo natural da vida. 

O retiro do Vipassana, que citei acima, me trouxe lições valiosas sobre esse fluxo. Uma certeza que temos, junto ao fato de que vamos deixar esse corpo um dia, é a da impermanência. 

Se você levar em conta esse pensamento, há duas formas de esculpir a vida, segundo a incrível e já falecida, autora Dulce Magalhães, na obra “O foco define a sorte”:

A maioria das pessoas pensa em esculpir em bronze, algo para durar gerações, um legado que possa ser apreciado por muito tempo, passado de pai para filho. Assim elas começam procurando uma boa peça de bronze, algo sólido, seguro e confiável”. 

Ou seja, sem sequer se questionar sobre a transitoriedade da vida. Como as coisas acontecem fora do seu controle, e ainda, não permitindo a vida não te dar mais do que imagina. Dulce complementa ao dizer que a escolha destes é mais pesada e demora mais para ser esculpida, porém a busca desse tipo de pessoa é fazer durar. Não no aqui, no agora. Mas sempre no futuro, que sequer nem existe. 

Já o outro grupo de escultores, busca construir a sua vida com gelo. São as pessoas que vivem suas vidas focadas mais no aqui agora do que no amanhã. O gelo é volátil e frágil, como a vida, compara Dulce. 

“A escultura de gelo não vai durar, vai perecer antes mesmo que seu autor, mas ela não é feita para durar, porém representa a entrega absoluta ao momento  e a condição real de, realmente, desfrutar a vida”.

Fomos moldados em uma educação e cultura que valoriza mais as esculturas de bronze, e julga as esculturas de gelo. Oprime e diz que não serve. “Busque certeza, busque rótulos, busque segurança”. Você já ouviu isso ou fui só eu?!

 Nesse aspecto, criamos uma sociedade baseada em medo de fazer suas verdadeiras escolhas e vontades, já que, se não corresponder às expectativas, você estará fora da linha e do modelo. Será uma pessoa julgada. Mas hoje, quero te mostrar o outro lado. 

Te convido a moldar seus próximos capítulos de forma mais leve, sendo uma pessoa mais plena e usando a transparência do gelo, sua fragilidade e, especialmente, sua impermanência para resgatar e confiar no fluxo da vida.

A vida é o que fazemos dela no agora. Não o que deixamos para amanhã. 

E você, como vem esculpindo sua vida?